Um garoto de 12 anos, com ar compenetrado, tem seus olhos grudados na tela de seu laptop. Joga há horas com os irmãos, primo e vizinho o Quake, game que ele desconhecia, pois é um título que não faz parte de sua geração. Alguns corredores de mesa adiante, garotas de 4 a 11 anos brincam de pega-pega. Depois juntam-se para abrir sites de bonecas como a Barbie ou a Polly. Findo o jantar, voltam para o micro e abrem um site de um canal de TV paga.
Todo esse clima não acontece em casas separadas de um condomínio, mas no Campus Party Brasil, que reúne cerca de 3 mil campuseiros desde anteontem e se estende até o domingo, 17.
Eric Vinicius Camargo de Campos, 12 anos, gostou da idéia de acampar com seus irmãos mais velhos, o primo e o vizinho. Os pais vêm diariamente, no final da tarde, para matar as saudades e jogar uma partida de algum jogo de ação.
O primo de Eric, Guilherme Augusto Santos Camargo, 17 anos, começa a cursar neste ano ciência da computação. Os olhos vermelhos denunciam o número de horas que ele está à frente da tela se divertindo com vizinhos de mesa.
Meninas também se divertem
Se os garotos não largam as telas dos portáteis, as garotas menores não se importam nem um pouco em correr por aí ou, então, jogar-se nas almofadas gigantes, colocadas pela organização para que os campuseiros descansem ou assistam a oficinas com mais conforto.
Luciana Nuccini Pires veio com Sabrina, 9 anos, e Raquel, 4 anos. “Estamos nos divertindo e acompanhando meu marido Alexandre, que administra o site Casemodbr.” As crianças adoram macarrão, prato que já foi servido em três refeições. “É o prato ideal para os pequenos.”
Outra garota que veio com os pais e brinca de pega-pega com Sabrina e Raquel é Adrielle Duarte, 8 anos. Além dela participam do Campus Party a irmã mais velha e outro irmão, com Mod e um projeto de nitrogênio líquido em robótica.
O que prova que o Campus Party é um evento que não se limita a micreiros nerds. Ele também integra famílias.